Sustentabilidade e ética no Camp de Ecoinovação Agrotech

Nesse fim de semana, aconteceu o CampDeEcoinovação, onde minha missão foi falar sobre ética e sustentabilidade para empreendedoras/es. A iniciativa foi uma parceria da EmbrapaSebrae e ONU Meio Ambiente.

Nossa crise global: limites do crescimento

Ainda existem pessoas que não acreditam que estamos literalmente destruindo nosso sistema (Trump que o diga). Mesmo com tantas evidências discutidas em estudos ( lista de recomendações no fim do post), conferências e, claro, as vividas por nós mesmos!

Há muitos anos esse tema vem sendo discutido pelos países que compõem a ONU, cujo plano de ação mais recente originou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Quando digo “há muitos anos”, veja o trabalho do Clube de Roma, onde líderes e pensadores de todo o mundo discutem os limites de crescimento e expansão desde 1968!

(aliás, esse é o excesso do ideal masculino dentro de nós, que comento no post Yin Yang para compreender o mundo e o avanço tecnológico)

Qual o papel das pessoas empreendedoras e tecnologistas na sustentabilidade?

Em pleno século 21, uma série de desenvolvimentos tecnológicos viabilizaram o surgimento da Economia Digital (Internet, dispositivos móveis, capacidade de processamento elástica, habilidade de análise de dados massivos). Qual o papel das pessoas que empreendem/trabalham com tecnologia na sustentabilidade?

Esse foi o tema da minha palestra no evento (slides/vídeo no fim do post).

As pessoas empreendedoras do século 21 precisam desenvolver o que chamamos de pensamento sistêmico. Isso porque os problemas do nosso tempo ocorrem dentro de um sistema complexo; não há uma solução definitiva para essa classe de problema.

De modo simplista: precisamos pensar em como manter o equilíbrio do sistema.

Ao investigar as forças que regem certo sistema, podemos trabalhar para diminuir ou aumentar certas forças, de modo a alcançar novo equilíbrio. Essa é a base para trabalharmos problemas complexos, como a mobilidade urbana, a mudança de clima, a segurança do alimento, o acesso à agua, a energia limpa (e a lista cresce).

Trabalhar em produtos e serviços que aumentam o consumismo certamente não contribui para o equilíbrio do sistema!

No importante livro Limits to Growth: The 30 year update, os autores deixam muito claro: precisamos aumentar o acesso a recursos para aqueles que pouco têm (a maioria do planeta), enquanto reduzimos nossa pegada ecológica (ecological footprint).  Ou seja, o que se gasta de recurso para manter um estilo de vida, um sistema econômico.

Sim, uma nova forma de pensar. E, sim, muita gente já está trabalhando nesse novo modelo mental (mas muitos ainda precisam vir).

Nossas novas tecnologias, como blockchain, big data, IoT, podem ajudar no mapeamento de sistemas, permitindo atuações mais inteligentes. Quer exemplos?

Startups Track&Trace que ajudam no monitoramento de cadeias complexas de alimentos

Vejamos os exemplos das startups americanas FrequentzFoodLogiQ, ClearLabs e da brasileira PackID, que ajudam no monitoramento da cadeia de alimentos. Se houver uma crise provocada por alimentos contaminados, torna-se muito mais rápido rastrear a fonte do problema (horas, em vez de dias), assim como melhor identificar o problema em si.

Tecnologias de rastreamento e identificação de problemas nos possibilita controlar crises, assim como melhorar as condições da cadeia para diminuir a chance de futuros problemas. Esses problemas afetam milhões de pessoas por ano (ex: mais de 48 milhões de americanos por ano!), ameaçando vidas, causando enormes prejuízos.
Quanto mais me envolvo no tema, mais óbvia a constatação que o Brasil tem uma senhora vocação para sustentabilidade e agronegócio. Nossas soluções podem fazer a diferença na recuperação do planeta!

Slides & Vídeo

Literatura recomendada sobre Sustentabilidade, Ética, Limites de Crescimento, Consumismo/Acumulação:

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Claudia Melo

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